Vejam na íntegra, matéria no jornal e na tv sobre o protesto dos Universitários contra transtornos no transporte escolar.
http://portaltvtribuna.grupoatribuna.com.br/videos/default.asp?video=1589&dt=04/05/2010&key=&urlv=&idCat=14
Universitários protestam contra transtornos no transporte escolar
Carolina Iglesias e Flávio Leal
Os universitários que moram em Itanhaém e estudam em Santos enfrentaram problemas nesta segunda-feira com o transporte escolar. Segundo os estudantes, sem o apoio do Movimento Estudantil, a partir de hoje uma série de burocracias teve que ser enfrentada pelos alunos.
Em função disso, cerca de 50 universitários realizaram um protesto em frente ao Paço Municipal de Itanhaém, no Centro, durante a tarde. A qualidade do transporte para instituições de ensino de cidades vizinhas, subsidiado pela Prefeitura, foi o alvo da manifestação.
Desde meados de março, quando a Prefeitura decidiu assumir o transporte universitário, queixas contra a empresa que presta o serviço, a J.A Turismo, e à desorganização nos embarques e desembarques ganharam volume.
Com apitos, bombas e faixas, os estudantes chegaram a fechar o tráfego da avenida Washington Luiz, no Centro, onde fica o Paço Municipal de Itanhaém. A Guarda Municipal reforçou a segurança no local, mas o protesto foi pacífico até que os jovens tomassem os ônibus em direção às faculdades, no início da noite.
Nos últimos, dias, cresceu o número de reclamações dos universitários com relação ao valor de R$ 115,00 da mensalidade e à qualidade dos ônibus que a J.A tem oferecido.
A empresa presta o serviço a partir de uma licitação vencida há dois anos e que pode ser prorrogada por 60 meses, conforme a Prefeitura. Cerca de R$ 50 mil são pagos mensalmente pela administração municipal para a o aluguel de seis ônibus.
Eles seriam suficientes para cobrir 50% da demanda por este tipo de benefício, ainda segundo ao Prefeitura.
“Os ônibus não têm qualidade, nem banheiro. Antes, pagávamos R$ 105 e era tudo organizado”, reclama Eduardo Jacob Pereira, estudante do 3º semestre de Direito da Universidade Paulista, em Santos.
Pereira alegava, durante a manifestação, que a Prefeitura destituiu os dois movimentos estudantis que prestavam o serviço por menor valor (R$ 105,00) e que a organização, a partir daí, acabou.
Embora sejam mais de 500 os universitários que necessitam do transporte subsidiado, a manifestação reuniu apenas 10% deles por causa de possíveis retaliações, segundo a estudante de Rádio e TV do Unimonte, Tauiny Lima.
Segundo Tauiny, pelo menos metade dos universitários da Cidade faz ou deseja fazer estágio na administração municipal de Itanhaém. “Todos reclamam que estamos sem alguém que cobre pela qualidade do serviço que nos prestam”, disse a universitária.
Transtornos
Na manhã desta segunda, estudantes relataram à A Tribuna On-line os vários transtornos que estão vivendo.
A estudante de jornalismo Samanta Lorena disse que, antes, pagava R$ 100 e recebia um boleto. ''Agora, além de pagar R$ 115,00 temos que ir até a administradora para quitar o serviço".
Nathália Cristianna Barros, estudante do 1º semestre de arquitetura, por pouco não chegou à universidade nesta manhã. Por conta de um equívoco em sua ficha de cadastro, funcionários da empresa de transportes não permitiram o embarque da jovem a Santos. Segundo ela, apesar de estudar no período da manhã, seu nome constava na lista de estudantes do período da noite.
Mesmo com o valor da passagem quitado e com uma declaração em mãos, a estudante só conseguiu embarcar depois que um dos funcionários entrou em contato com a gerência da companhia. “Eu tinha trabalho para nota hoje e só consegui subir no ônibus depois que a empresa constatou que o erro era dela”.
Além do transtorno vivenciado por Nathália, ela conta que muitos alunos não conseguiram chegar às universidades da região por conta do prazo dado pela empresa para que fossem quitadas as mensalidades referentes a maio.
”Somente no dia 23 de abril recebemos a informação de que o pagamento mudaria de data e passaria a ser cobrado no dia 30. Muita gente teve que, em poucos dias, se virar para conseguir o dinheiro”. O transporte, ainda de acordo com a estudante, era sempre cobrado no dia 15, referente ao serviço prestado no mês anterior.
Só de carona
Diferente de Nathália, a estudante do 6º semestre de veterinária Aline André só conseguiu chegar à universidade após pedir uma carona para uma amiga. De acordo com a estudante, na última sexta-feira ela foi notificada de que o pagamento deveria ser feito nesta segunda-feira. Quando subiu no ônibus nesta manhã, recebeu a notícia de que estava em débito com a empresa de transportes, o que a impediu de permanecer no veículo.
“O erro foi deles. Eu não estava irregular. Foram eles que não quiseram receber na sexta-feira. É um absurdo nós estudantes sermos prejudicados por conta do erro deles”. A estudante cita ainda que, antes, recebia desconto na mensalidade porque o ônibus não a deixava na porta da instituição. “Eu dependo de uma van que me transporta do Centro até o Jóquei. Agora, além de não me darem desconto, o valor da passagem aumentou para R$ 115,00”.
“Hoje minha mãe vai procurar a J.A.Transporte para quitar a minha mensalidade e espero que amanhã não enfrente problemas como os de hoje”, diz.
Resposta
A reportagem de A Tribuna On-Line procurou diversas vezes durante o dia o responsável pela J.A. Transporte. No entanto, até a publicação desta reportagem, a empresa não havia se pronunciado sobre as providências que serão tomadas em relação ao transporte universitário em Itanhaém.